Outro processo inovador apresentado no stand UNAMAZ/BioTec-Amazônia foi o sistema de rastreabilidade da carne. O geneticista Artur Silva, Diretor Científico da BioTec-Amazônia, explica que a Associação atua como um hub de inteligência, conectando conhecimento científico e setor produtivo.
“Aqui na COP, a BioTec-Amazônia mostra o que temos nas universidades, os projetos que desenvolvemos e o que está sendo feito na região”, afirma Artur. Ele apresentou o projeto de rastreabilidade baseado na normatização da Comunidade Europeia para a entrada de produtos oriundos de florestas tropicais no mercado europeu.
Segundo o pesquisador, diversos indicadores apontam o processo produtivo da carne como o principal responsável pelo desmatamento. “A abertura de novas fronteiras agrícolas ocorre, principalmente, para a criação de pasto. Nesse sentido, a carne tem sido considerada a grande vilã das áreas desmatadas”, explica.
No entanto, Artur destaca que é possível produzir carne de forma sustentável a partir da rastreabilidade. “Ao utilizar mecanismos que o governo já possui, como o Cadastro Ambiental Rural (CAR), conseguimos identificar áreas onde a atividade é permitida, evitando desmatamentos desnecessários”, observa.
Ele ressalta que a tecnologia desenvolvida na Universidade Federal do Pará (UFPA), em parceria com instituições internacionais, é transferida pela BioTec-Amazônia para organizações e empresas interessadas — no Brasil e no exterior — atuando como ponte entre a produção científica e o mercado.
A BioTec-Amazônia trabalha na viabilização de pesquisas e no desenvolvimento de iniciativas junto a financiadores. Conta hoje com uma rede de 62 pesquisadores e empreendedores, além da parceria estratégica com a UNAMAZ. Com o sistema de rastreabilidade, torna-se possível conhecer as condições de produção e a procedência dos produtos de origem animal, contribuindo para práticas mais sustentáveis e transparentes.