UNAMAZ defende protagonismo amazônico no próprio desenvolvimento durante encerramento da COP 30

No último dia da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), encerrou, nesta sexta-feira (21/11), em Belém, a Associação de Universidades Amazônicas (UNAMAZ) apresentou uma avaliação defendendo que a Amazônia deve assumir o papel de protagonista do seu próprio desenvolvimento. Segundo a entidade, o momento é decisivo para a região, que, pela primeira vez, é reconhecida mundialmente como central para o futuro climático do planeta.
A UNAMAZ destacou que universidades, centros de pesquisa e organizações amazônicas possuem a experiência, o olhar territorial e a legitimidade necessários para compreender a complexidade da floresta, das populações tradicionais e das cadeias produtivas locais — fatores essenciais para a construção de soluções sustentáveis.
Conhecimento e inovação a partir da Amazônia
Para o Presidente Pro Tempore da UNAMAZ e Diretor-Presidente da BioTec-Amazônia, professor José Seixas Lourenço, as respostas para os desafios climáticos e econômicos do futuro devem partir da própria região.
“É na Amazônia que nascerão as respostas para agregar valor aos produtos da biodiversidade, transformar conhecimento tradicional em biotecnologia, impulsionar a bioeconomia regional e desenvolver soluções de adaptação às mudanças climáticas”, afirmou.
Segundo ele, esse potencial se traduz em benefícios diretos para os povos amazônicos, seus territórios e suas economias.
Parcerias estratégicas na primeira COP realizada na Amazônia
Ao longo da COP 30, a UNAMAZ e a BioTec-Amazônia atuaram conjuntamente na gestão de um pavilhão exclusivo, que sediou debates, apresentações e acordos voltados à construção de novos caminhos para o desenvolvimento sustentável da região.
Entre os principais destaques está a assinatura de:
Carta de Intenção entre UNAMAZ e OTCA (Organização do Tratado de Cooperação Amazônica), que cria um canal permanente para transformar conhecimento acadêmico em ações concretas voltadas aos desafios climáticos;
Parceria com a Plataforma Cipó, ampliando o diálogo entre universidades, institutos de pesquisa, startups e setor produtivo, com foco em descobertas da biodiversidade, tecnologias de monitoramento, bioeconomia e biotecnologia;
Memorando de Entendimento com a Green Terre Foundation, que prevê a transferência de tecnologias para promover campus carbono neutro (Net-Zero) nas 80 universidades integrantes da UNAMAZ.
“Esses acordos representam a Amazônia assumindo o papel de protagonista do seu desenvolvimento”, reforçou Seixas Lourenço.
Projetos estratégicos apresentados
Durante a conferência, o Pavilhão UNAMAZ/BioTec-Amazônia exibiu iniciativas que unem ciência, inovação e sustentabilidade, entre elas:
Projeto de rastreabilidade da carne por DNA;
Projeto de rastreabilidade do ouro por assinatura geoquímica;
Sistema Agroflorestal de Tomé-Açu (SAFTA), protocolado no Fundo Amazônia com apoio da Embaixada do Japão e da JICA;
Projeto Maniva Tapajós, voltado ao combate a pragas e ao aumento da produtividade da mandioca, apresentado à Sudam;
Projeto Saberes, que valoriza conhecimentos tradicionais em parceria com a BioTec-Amazônia.
Presença de autoridades federais
O stand da UNAMAZ e da BioTec-Amazônia também recebeu uma programação especial do Ministério da Educação, com a presença do ministro Camilo Santana, além do ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, e da primeira-dama do Brasil, Janja Silva.
Ao final do evento, o professor José Seixas Lourenço sintetizou a mensagem principal defendida pela UNAMAZ:
“A Amazônia não é apenas um território que precisa ser salvo; é um território capaz de salvar a si mesmo.”

