UNAMAZ e Projeto Saberes Sociobio sinalizam parceria para ações de sociobioeconomia na Amazônia
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A aplicação de conhecimentos ancestrais e acadêmicos relacionados à sociobioeconomia, desenvolvida por 18 pesquisadores indígenas e não indígenas ao longo de 16 meses na Amazônia, deverá contar em breve com a parceria estratégica da Associação de Universidades Amazônicas (UNAMAZ). Durante a apresentação dos quatro cadernos de pesquisa do projeto Saberes Sociobio, no Pavilhão da UNAMAZ, o Presidente Pro Tempore da Associação, Professor José Seixas Lourenço, convidou os integrantes da iniciativa a colaborar com universidades da Pan-Amazônia representadas pela instituição.
“A UNAMAZ e a Associação BioTec-Amazônia estão à disposição de vocês para desenvolvermos ações em conjunto. A BioTec-Amazônia conta com 50 pesquisadores empreendedores envolvidos em pesquisas científicas, e a UNAMAZ reúne 80 universidades, institutos de pesquisa e instituições do Terceiro Setor nessa parceria pelo desenvolvimento sustentável da Amazônia”, destacou o professor Seixas Lourenço.
Floriana Breyer, integrante do grupo de pesquisadores, explicou que o projeto foi desenvolvido por um coletivo formado por Mangará Sustentabilidade, Biodiversas Lab e Escritório Marinello, com apoio do Instituto Tecnológico Vale, da BioTec-Amazônia e do Instituto de Tecnologia da Amazônia – Amazon Institute of Tecnology (AMIT). “O projeto Saberes Sociobio está sendo lançado em um momento histórico na COP 30, no Brasil. A bioeconomia e a sociobioeconomia foram temas amplamente debatidos, e discutimos como os processos de inovação precisam acontecer para que exista uma bioeconomia realmente inclusiva, com agregação de valor e repartição de benefícios”, afirmou.
O Saberes Sociobio reúne publicações sobre mudanças climáticas, gênero e financiamento, além de um volume dedicado à metodologia e a outras dimensões da pesquisa. O objetivo do grupo é compreender de que forma saberes ancestrais e acadêmicos podem produzir novos conhecimentos e gerar inovação de ponta para uma bioeconomia inclusiva. A criação de Laboratórios Intersaberes em institutos de pesquisa e universidades é uma das metas do projeto.
“A UNAMAZ fez um convite irrecusável para integrar esses laboratórios em uma estratégia pan-amazônica, com as diversas universidades que fazem parte da Associação. Estamos muito empolgadas com essa possibilidade e vamos trabalhar juntas para desenhar como isso vai se desenvolver”, destacou Floriana.
A pesquisadora indígena Elizângela Baré, da etnia Baré, do Alto Rio Negro (AM), reforçou que o Saberes Sociobio promove “a conexão das ciências indígenas com as ciências acadêmicas para que possamos promover o bem viver”. Segundo ela, “o bem viver é entender que nossa relação com o território, a água, o ar e a floresta é uma só. Quando falamos em um bem viver sustentável, pensamos também naqueles que não falam: as plantas, as árvores, os rios. Eles são essenciais para a vida”, enfatizou.

















