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SIGA 2025: Belém sediou o 1º Simpósio Internacional de Gastronomia da Amazônia

Evento discutiu sustentabilidade, gastronomia regional e reuniu representantes do Brasil e de diversos países.

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Belém foi palco, nos dias 28 e 29 de agosto de 2025, do primeiro Simpósio Internacional de Gastronomia da Amazônia (SIGA). Realizado no auditório do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas (ICSA/UFPA), o evento que teve apoio da Associação de Universidades Amazônicas (UNAMAZ) reuniu chefs, pesquisadores, especialistas e representantes de entidades nacionais e internacionais em torno do tema “Gastronomia Regional e Sustentabilidade”, em sintonia com os debates globais que antecedem a COP30 da ONU, prevista para novembro, também na capital paraense.
Organizado pela Academia Brasileira de Gastronomia (ABG), em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA), o simpósio consolidou um espaço de diálogo entre diferentes áreas do conhecimento. Entre os participantes, destacaram-se nomes como Claude Fischler (França), Per-Olof Berg (Suécia), Sidiana Macedo (UFPA), Marcos Miguel (UFRJ), as chefs Telma Shimizu, Renata Cabrera, Gabriel Sola, Denise de Oliveira e Silva, Morena Leite, Paulo Machado, Silvio Barros, além do espanhol Rafael Ansón Oliart, presidente honorário da Academia Internacional de Gastronomia,
que participou por videoconferência.
A abertura contou com a presença de autoridades acadêmicas e institucionais, entre elas Silva Helena Cruz, diretora da FACTUR/UFPA; Mariel Mello, presidente da CODEM;
José Luiz Borges, presidente da ABG; e José Seixas Lourenço, presidente da UNAMAZ. Em seu pronunciamento, Lourenço destacou sua trajetória no fortalecimento da interiorização e da internacionalização acadêmica, assim como a criação do Departamento de Turismo, com foco na gastronomia. Ressaltou, ainda, a importância da cooperação para o desenvolvimento de projetos científicos e tecnológicos na região amazônica, enfatizando o papel da colaboração internacional e o
fortalecimento da gastronomia como área temática multidisciplinar.

Já José Luiz Borges, presidente da ABG, enfatizou que a gastronomia está cada vez mais consolidada como um campo multidisciplinar, envolvendo ciências sociais, agricultura, saúde e cultura, e que o simpósio foi essencial para promover essa abordagem científica.
A programação incluiu aulas magnas, mesas-redondas, palestras e apresentações de trabalhos científicos sobre temas como sustentabilidade e mercado, heranças culturais, culinária nipo-brasileira, rotas gastronômicas, internacionalização da cozinha brasileira e experiências das Cidades Criativas da Gastronomia da UNESCO — entre elas Belém, Belo Horizonte e Florianópolis. Um dos pontos altos foi a mesa sobre cooperação pan-amazônica, com representantes da ABG, UNAMAZ e OTCA.
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As vozes do simpósio
No segundo dia, os depoimentos reforçaram a importância do evento:

• Gustavo Braga destacou que o simpósio foi “um evento memorável”, elogiando a qualidade dos debates e a relevância de ocorrer em Belém, cidade que está no centro das atenções internacionais com a COP30.
• José Luiz Borges, presidente da ABG, considerou o encontro “excepcional”, ressaltando que ele trouxe novas perspectivas ao mostrar a gastronomia não apenas como prazer de comer, mas como um campo ligado à cultura, à sociedade e ao desenvolvimento.
• Álvaro Espírito Santo, presidente da Academia de Gastronomia da Amazônia, anunciou que o próximo simpósio internacional será realizado em Hong Kong, em 2026. Ele também informou que, após a experiência de Belém, a Academia Internacional de Gastronomia adotou o nome “Simpósio Internacional de Gastronomia” para todos os seus eventos no mundo.
• Nazaré Imbiriba, secretária executiva da UNAMAZ, afirmou que a entidade está aberta a cooperar em projetos ligados ao desenvolvimento sustentável e à valorização da cozinha amazônica, destacando a riqueza incomensurável da biodiversidade alimentar da região.
• A chef Morena Leite, baiana com fortes vínculos com o Pará, valorizou os ingredientes amazônicos e ressaltou que a culinária regional é fundamental no processo de internacionalização da gastronomia brasileira.
• Para Gisele, participante do simpósio, o evento foi “louvável” e destacou a necessidade de ampliar a participação das universidades amazônicas e estudantes nas próximas edições. Ela também valorizou a Carta de Belém, documento final que reafirma a gastronomia como instrumento de desenvolvimento sustentável.
O encerramento foi marcado pela leitura oficial da Carta de Belém e por uma visita técnica à Ilha do Combú, onde os participantes conheceram práticas extrativistas sustentáveis e degustaram chocolates artesanais produzidos com cacau amazônico.
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Legado
O SIGA 2025 evidenciou que a gastronomia amazônica vai muito além do sabor: é identidade cultural, instrumento de cooperação internacional e vetor de sustentabilidade.
A realização do simpósio em Belém, às vésperas da COP30, projetou a cidade e a região amazônica como referências globais em gastronomia e desenvolvimento sustentável. 
                                                                                                                                             Ascom/UNAMAZ

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